24 de janeiro de 2012

página 24, cap.1

helena carregava uma bolsa de sonhos.
em cada passeio um sonho a menos e muitos sonhos a mais, ela dizia.
a bolsa enganava pelo tamanho.
numa roda de amigos, a pequena, remendada e desbotada bolsa de helena escondia que ali ela carregava o sonho de todos eles e ainda os dela.

helena não trocava sonhos por moedas e nem mesmo jogava-os ao vento como sementes.
criteriosa, ela abraçava um estranho na rua e assim, sutil, sem que o escolhido percebesse, e colocava o sonho dobradinho em seu bolso.

era perceptível que, ao andar, helena exalava gratidão de nunca ter visto ninguém jogar seus sonhos fora.

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