24 de junho de 2014

retrato para maura

mergulhada numa tranquila fúria, não sabe bem como domar todas essas emoções escandalosas...
então sobe mais uma vez, ofegante, para pegar ar.
e de novo,
pula.

pula no silêncio a fim de reencontrar sentido: já não sabe como voltar.

encontrou na loucura o caminho certo para se deixar perder. e perder-se é ludibriar a vida. é enganar a rotina. é matar, devagarinho, a crença de que o erro pode ser apontado.

o erro, na loucura, é sempre perdoado.


28 de maio de 2014

criadouro de minhocas

era tudo meio sem sentido, confesso. 
as conspirações perfeitas, os encaixes de interesses. 

a loucura estava batendo à minha porta e eu abri. 
como um bicho faminto, que rói até os ossos, pude perceber o caminho exato que ela estava fazendo.

e eu, sã que sou, deixei.

cotidiano

tratou de por de volta os selos em cima da mesa.
preparou caneta, folhas e pensamentos.
preparou o coração para se deixar transbordar e colocar no papel a saudade que estava de te falar

falar das coisas que passam na rua, dos cheiros que sente no ar
falar da ultima receita que encontrou pra tentar parar de fumar
falar dos vícios de linguagem e dos filmes repetidos preferidos da tv
falar que adora uma música dramática porque pra ser feliz, basta viver

transformou em cotidiano: chegar, sentar e te escrever.
sair, cantarolar e voltar louca para te receber. 
transformou em cotidiano: organizar letras, escrever à mão, dobrar, colar e postar.
esperar três dias, pensar na resposta e depois te ler.

bom ter você de volta...
estava mesmo com saudade, amiga.