28 de abril de 2010

estar no meio do caminho é bom quando se sabe pra onde está indo.
estar no meio do caminho é desesperador quando nem se quer sabe em qual caminho está.

vou dar uma dica:
é claro que a minha é a segunda opção.

26 de abril de 2010

ilha sem ponte

disse que queria meia dúzia daquele chá estranho.
disse isso com um olhar vazio, sem fitar a alma alheia.
disse como quem preferia ficar calado e só pegar a mercadoria destinada a si.


às vezes ele liga a noite pra dizer palavras que se encaixariam muito bem nas letras de músicas que ela mais adoraria acordar escutando.
às vezes só de dizer oi dá vontade de dizer tchau.


escuta o silêncio, moça.
escuta só desta vez...

21 de abril de 2010

ah.

pirraça mental.
é preciso trocar as fraudas deste bebê interno.


7 de abril de 2010

um dia ela acordou e estava de saias rodadas

concordo plenamente, querida
mas antes eu gostaria de dizer algumas coisinhas sobre tudo que venhamos a dizer que são pensamentos e na verdade, são divagações repetidas e recriadas como se fossem o puro estalo de compreensão.
- não existe uma verdade estabelecida quando se fala em mais de uma pessoa envolvida.
- abrir-se à compreensão não quer dizer ser idiota.
- não aceitar ou simplesmente ir contra à corrente não quer dizer ser intransigente.

um dia ela andava só de tênis. não suportava a idéia de ter a pele dos pés exposta. tinha nojo. asco. depois ela gostou do modelo de sandalia gladiadora. essa é pesada, não parece uma bicha. agora quer os sapatos meia pata. extravagante. mas ainda anda de tênis. e eu te pergunto: mutação ou crescimento?

te respondo: quem não pensa não muda.

2 de abril de 2010

estórias de ponto de ônibus

todo mundo sabe que a palavra nunca existe pra dizer "logo"
e todo mundo sabe que coração machucado é casa desorganizada:
agita a calmaria estabelecida, propões novas condições de bem estar e depois voltam a se deitar nas cadeiras com as pernas na mesa.

sentada num banco de ônibus ela reclamava pra si mesma a perda do tempo dedicado, lamentava das verdades pré-fabricadas e cantarolava que "se alguém agora procurar por você, talvez não ache mais em mim".

era o uso do talvez substituindo o "nunca" com muita sensatez.