8 de fevereiro de 2010

a primeira vez que admitiu ver as estrelas sem contar com o dedo indicador

tinha um espaço guardado ali.
pensou em pegar o avião e ver as chuvas de julho que ele dizia ser um terror.
pensou em pegar um ônibus para se encontrarem no meio do caminho,
afinal, as praias... ah as praias que ela tanto odiava e ele fazia pose para cada foto de mar ao fundo.
mas ele a fazia rir.
fazia ela pensar que o sotaque de lá era o mais lindo de todos os lugares e que o nome dele era mesmo muito mais que nome bíblico.
era nome de amor.
fazia ela pensar que todos os desamores do meio do caminho não significavam nada além de passa-tempo divertido. afinal, nada como começar uma conversa perguntando "e aí, como vai o relacionamento" e esperar como resposta "nada bem". e esperar como resposta "melhor quando penso que podia ser você".
melhor quando acorda e vê que tinha um espaço ali, na agenda telefônica e agora não tem mais. que o nome sumiu dos seus sonhos, que as conversas diminuíram de rítmo e que o nome dele é mesmo muito bonito, mas não é bíblico. porque ela não gosta de igreja. ela gosta é da realidade com sabor de historinha e por isso prefere que seja assim.
de longe.
de "um dia vai que acontece".
mas que a vida não pára pra esperar na rodoviária a bagagem extraviada.

Nenhum comentário: